Fatos e curiosidade sobre Crux, o famoso Cruzeiro do Sul
O cruzeiro do sul, ou como realmente é seu nome, Crux, é uma constelação que está localizada em uma porção extremamente brilhante da nossa Via Láctea. Curiosidades, e tudo o mais sobre essa constelação você pode conferir abaixo sobre essa incrível e famosa constelação.
Crux na verdade pode ser considerada a constelação mais aparente e fácil de ser reconhecida, já que suas quatro estrelas principais têm uma certa magnitude aparente visual extremamente brilhante, o que a torna extremamente visível, mesmo sendo a menor das 88 constelações do mundo moderno. E todo esse brilho a fez extremamente famosa.
Estrelas que formam a constelação de Crux
Crux tem quatro estrelas principais em sua formação, e a mais meridional das estrelas de primeira magnitude e, também a mais brilhante de toda a constelação, é sem dúvida alguma a branco-azulada Alpha Crucis, também conhecida como Acrux, que vem seguida por outras estrelas, quatro delas para sermos mais exatos, que decrescem em magnitude em sentido horário. Estas estrelas se chamam Beta, Gamma (que na verdade é uma das gigantes vermelhas que mais se aproximam da terra), Delta, e por fim Epsilon Crucis.
Muitas destas estrelas acabam fazendo parte da Associação Scorpius Centaurus, principalmente as mais brilhantes. Scorpius-Centaurus é um grupo de estrelas grande, mas espalhado, de estrelas branco-azuladas que têm origem e movimentos comuns dentro da Via Láctea meridional.
Cruz contém quatro variáveis Cefeidas, que na verdade são visíveis ao olho nu desde que o clima esteja em boas condições. Ela ainda contém um brilhante, e extremamente colorido aglomerado estelar aberto, que é conhecido como Caixa de Joias, e um pouco a sudoeste também inclui de forma parcial a extensa e incrível nebulosa escura que é conhecida como Saco de Carvão.
A história do Cruzeiro do Sul
Crux já era bem conhecida pelos gregos antigos, já que ela podia ser vista a partir do sul do Egito, e Ptolemeu a considerou como parte da grande constelação de Centaurus. Ela sempre foi totalmente visível até mesmo no norte da Bretanha durante o quarto milênio antes de Cristo. No entanto, por conta da precessão dos equinócios, ela foi levada para abaixo do horizonte europeu, acabando sendo esquecida por quem vivia nas latitudes setentrionais.
Foi um navegador veneziano, no século XV, chamado Alvise Cadamosto que registrou o que talvez fosse Crux ao sair do rio Gâmbia em uma de suas viagens, apelidando-a de “carruagem do sul”. Mas acontece que o diagrama que ele fez não era realmente preciso, e por isso geralmente os historiadores consideram que João Farras, um médico e astrônomo do rei Manuel I de Portugal, que acompanhou Pedro Álvares Cabral na descoberta do Brasil, a ser quem representou corretamente a constelação de Crux.
Daí pra frente foi só descobertas e mais descobertas, desde a existência da nebulosa vizinha da Crux, a Saco de Carvão, até mesmo a identificação de Crux como uma constelação única e própria, não atrelada a outras.
Características da Constelação de Crux
Crux tem ao seu redor as constelações de Centaurus, que a cerca por três lados diferentes, norte, oeste e leste, e também tem como vizinha Musca mais ao sul. Crux cobre cerca de 68 graus quadrados e 0.165% do céu noturno, sendo a menor das 88 constelações. Os limites da constelação são definidos por um polígono de quatro diferentes segmentos. A constelação pode ser observada em sua totalidade para quem estiver observando-a a sul da latitude 25° norte.
Nas regiões tropicais, Crux pode ser vista de abril a junho no céu. Uma curiosidade é que Crux é exatamente oposta a constelação de Cassiopeia na esfera celeste, desta forma, as duas nunca vão poder aparecer no céu ao mesmo tempo. Para qualquer localidade a sul de 34° sul, Crux é circumpolar, e dessa forma sempre está visível no céu noturno.
Às vezes, Crux é confundida com o asterismos próximo, a Falsa Crux. A verdadeira se assemelha a pipa, e possuiu uma quinta estrela. Já a falsa tem a forma de um diamante, e é bem mais tênue sem ter a quinta estrela.
Visibilidade
A constelação de Crux está visível no hemisfério sul durante quase todo o ano, e também fica visível próximo ao horizonte em regiões tropicais do hemisfério norte, mas só por algumas horas durante o inverno e também na primavera. Devido à precessão, ela vai se locomover mais ao sul no próximo milênio, há aproximadamente 67 graus de declinação sul para o meio da constelação, e a cada milênio vai se movendo mais e mais ao sul, até se tornar visível na Europa e também nos Estados Unidos.
Uso na navegação
O Cruzeiro do Sul é usado frequentemente na navegação, de forma semelhante a Polaris. que é usada no hemisfério norte. Alpha e Gama são as estrelas que são usadas para marcar o sul, traçando-se uma linha de uma para a outra, criando um ponto próximo ao Polo Sul Celestial.
Significado cultural
Uma das mais importantes características de Crux é seu asterismo evidente, conhecido como Cruzeiro do Sul. Ele tem enorme relevância em culturas do hemisfério sul, principalmente na Austrália e Nova Zelândia. E não só por lá, Crux também aparece em diversas bandeiras, inclusive no brasão de armas do Brasil, e também no passaporte brasileiro.
Uma outra curiosidade é que o Brasil, entre tantas nações austrais que também fazem uso do Cruzeiro do Sul em suas bandeiras, é o único que se preocupou com a real exatidão das horas nas estrelas que foram inseridas sob a esfera azul de sua bandeira.
Ah, e não podemos esquecer que ele também está incluído em nosso Hino Nacional! Uma constelação extremamente simbólica e importante para nossa nação, então por quê não escolher uma das estrelas dela para presentear quem você mais ama? Saiba como clicando no botão abaixo!
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